São Caetano do Sul,

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Morgan: "Mundial não sai de nossas cabeças"


© Getty Images

Era fim de março de 2010 quando Alex Morgan vestiu pela primeira vez a camisa da seleção principal dos Estados Unidos. Naquela época, ela não poderia imaginar que passaria por tantas mudanças na carreira e que alcançaria tanto sucesso nos 36 meses seguintes.

Reserva da seleção americana durante a Copa do Mundo Feminina da FIFA Alemanha 2011, Morgan já havia se tornado titular em Londres durante a Olimpíada de 2012. No fim do ano, acabou sendo indicada para o prêmio de Jogadora do Ano da FIFA.
"Fiquei muito honrada quando fui informada da indicação", conta Morgan em entrevista exclusiva aoFIFA.com. "Logo procurei saber com quem iria concorrer ao prêmio: Marta, minha ex-colega de equipe, e Abby Wambach, atual colega e alguém que admiro muito."
Momento emocionante
"Abby teve muita influência em minha carreira", continua a atacante. "Ela é um exemplo incrível. Não apenas para as jovens jogadoras, que sonham em se tornar profissionais, mas também para as colegas de equipe. Ela é uma grande líder. Durante a preparação para o Mundial e para os Jogos Olímpicos, eu treinava todos os dias além das sessões normais para dar o máximo possível de mim, assim como ela faz. Era o justo de se fazer."
Com essas palavras, a atleta de 23 anos deixa claro qual a importância de Abby Wambach. Ao lado da centroavante de 1,80 m, Morgan se tornou uma das mais importantes jogadoras da seleção americana, levando a equipe a grandes conquistas. O gol mais importante da jovem atacante, marcado contra o Canadá pela semifinal do Torneio Olímpico do ano passado, ficará marcado em sua memória.
"Lembro exatamente os últimos três minutos de acréscimo na prorrogação", recorda a simpática e talentosa americana. "Até ali, eu não havia pensado uma só vez na disputa por pênaltis. Apenas acreditávamos em nós mesmas, e eu sabia de alguma forma que algo iria acontecer e que o gol iria sair. Não sabia como, mas com isso fiquei com mais energia que nos 45 minutos anteriores. Então, veio o cruzamento, e Abby e eu subimos para cabecear. A bola acabou vindo para mim, e fui eu quem acabou tendo a felicidade de mandá-la para o fundo das redes."
Do banco para o time titular
O fato de as americanas terem levado a medalha de ouro para casa é mais do que conhecido. E, em 2013, Morgan continua a ascensão com a seleção dos EUA. Pela 20ª edição da Copa Algarve, a equipe conquistou o título sob o comando do novo treinador, Tom Sermanni, ao vencer a Alemanha na final. Com dois gols marcados, Morgan pôs um fim à série invicta das alemãs, que já durava 22 partidas.
O desempenho durante a Copa Algarve não deixa dúvidas sobre a enorme evolução alcançada pela jovem atacante nos últimos três anos. "Muita gente diz que deixei rapidamente de ser uma jogadora para 'apenas alguns minutos' e passei a ser uma titular. Porém, acredito que Pia (Sundhage, ex-técnica dos EUA) tinha desde o começo um plano para mim, o que acabou funcionando muito bem para nós duas", descreve Morgan. "Eu sabia do meu papel em 2010. Em 2011, isso mudou um pouco, e passei a entrar mais durante as partidas. Quando 2012 começou, eu já havia ganhado a posição na equipe titular, o que acabou mudando mais uma vez o meu papel na equipe", analisa a americana.
Ela também mostra segurança quando perguntada sobre as suas qualidades. "Sei me colocar muito bem dentro da grande área para finalizar, esse é o meu ponto forte. Tenho instinto de centroavante e confiança de que posso marcar, mesmo se tiver finalizado errado nos últimos 20 chutes". Algo que ela mesma tem confirmado dentro de campo nos últimos triunfos alcançados.
Novos desafios
Em abril começa mais uma etapa na vida de Morgan. Pela equipe do Portland Thorns, a atacante disputará a recém-criada Liga Nacional de Futebol Feminino (NWSL), que será o novo campeonato profissional dos Estados Unidos, e terá como companheira a canadense Christine Sinclair, outra craque de seleção.
"Estou muito ansiosa para o início da competição", revela a americana. "Meu sonho é jogar nos Estados Unidos e ficar por aqui. Vejo pela frente muitos anos de NWSL, durante os quais jovens jogadoras poderão se desenvolver e realizar o sonho de disputar um campeonato nacional", prevê Morgan sem esconder o otimismo.
Porém, para 2013 Morgan não tem em vista apenas a estreia pelo novo Campeonato Americano, mas espera também continuar sua ascensão e ir à Copa do Mundo Feminina da FIFA Canadá 2015. "O Mundial não sai das nossas cabeças. Estou muito orgulhosa com o que alcançamos em 2012, mas ainda há muito pela frente. Logo depois de ter colocado a medalha de ouro no peito, tudo volta para o começo. Com certeza, 2013 é o ano da preparação para a Copa do Mundo."

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