São Caetano do Sul,

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dividida entre hospital e remo, americana busca vaga olímpica


Foto:Reutrs
Quando a esperança americana Genevra "Gevvie" Stone colocar os remos nas águas de Lucerna, na Suíça, no próximo final de semana, ela tentará realizar o sonho olímpico que lhe foi tirado há quatro anos para manter uma tradição de família.
Stone, líder do ranking feminino dos Estados Unidos no skull simples, perdeu a vaga olímpica para os Jogos 2008 por muito pouco - o tipo de decepção que pode acabar com uma carreira esportiva. Àquele ponto, a atleta era uma recém-formada da Universidade de Princeton que concentrava-se quase integralmente em entrar na equipe olímpica americana.
Hoje, aos 26 anos, a remadora passou os últimos dois anos associando os duros treinos com a faculdade de medicina - remando no rio Charles de Boston ao amanhecer, para depois ir à academia ou para a casa para uma soneca antes da aula na Escola de Medicina da Universidade Tufts.
Nascida no subúrbio de Newton, em Boston, Stone é uma popular tricampeã do tradicional "Head of the Charles", que acontece anualmente em outubro - a maior competição de dois dias do mundo.
Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, Stone chegou ao topo do ranking na hora certa, na regata de seleção nacional em Chula Vista, na Califórnia, em Abril.
A atleta cobriu o percurso de 2 mil metros em 7min32s e carimbou a passagem para a última Regata Pré-Olímpica em Lucerna, que acontece de 20 a 23 de maio. O prêmio da vaga nos Jogos Olímpicos de Londres está a apenas algumas corridas.
Dinastia no remo
Quando mais jovem, Gevvie Stone foi uma garota atlética que tentou diversos esportes no colegial, incluindo lacrosse, mas com o passar do tempo entrou no "negócio" da família.
A mãe de Stone, então Lisa Hansen, remou para os Estados Unidos na Olimpíada de Montreal 1976, no skull quádruplo com timoneiro, chegando na sétima posição.
Gregg, pai de Gevvie, teve seu sonho olímpico interrompido. Assim como sua filha, ele perdeu por pouco a classificatória em sua primeira tentativa em 1976. Em 1980, mais forte e experiente, Stone foi o primeiro colocado no ranking americano do skull simples - mas perdeu os Jogos de Moscou por conta do boicote da equipe dos EUA.
"Eles amam que um dos filhos tem a experiência das mesmas coisas que eles fizeram, e ainda são apaixonados pelo esporte que significa muito para eles", disse Gevvie.
Gregg Stone lidera o time informal de treinadores que aconselha a filha. Lisa Stone foi a primeira técnica de Gevvie, na escola preparatória da região de Boston, a Escola Winsonr, mas agora se concentra-se somente no apoio materno.
Com 1,82 m e 71 kg, Stone é relativamente leve para uma remadora de nível mundial ¿ muito pequena para remar em um barco de oito pessoas, mas do tamanho ideal para um barco individual.
"No individual você pode adaptar seu estilo de remada com o que é melhor para você. Pessoalmente, eu aponto minha boa técnica como um dos meus pontos fortes. A força é um dos meus pontos negativos", disse. "Minha força no individual é a sensibilidade do barco."
Cérebro
A palavra final nos planos de treinamento de Stone vem sempre de seu pai, e recentemente está focado principalmente na intensidade do que no volume, de acordo com a necessidade do seu evento.
"Remar uma corrida de 2 mil metros é como correr os 800 m. Não é uma arrancada, mas você não pode ficar em um ritmo lento. Está naquela dura, estranha, linha que separa um esporte de força de um esporte de resistência", afirmou a atleta.
O melhor conselho técnico que recebeu, segundo Stone, não tem nada a ver com cadência de remada ou repetições na academia. "Meu pai disse, se você não gosta de fazer isso todos os dias por duas semanas, então você deveria pensar em parar. Todo mundo tem um treino ruim, um dia ou dois, quando eles pensam 'ah, meu Deus, por que estou fazendo isso?'. Eu nunca passei por mais do que dois ou três dias sem querer fazer isso."
Stone, que atualmente trabalha como pesquisadora assistente no Laboratório Ortopédico Biomecânico no Hospital Geral de Massachusetts, disse que os assuntos mentais na escola de medicina tem sido um bom complemento ao físico dos treinamentos.
"Meu cérebro tem tanta energia, mas o resto de mim não tem. Fisicamente minhas pernas sentem a carga diversas vezes, mas meu cérebro não."
Fonte: www.terra.com.br

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