São Caetano do Sul,

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Entrevista com Elizangela Aparecida da Silva Ribeiro – árbitra assistente – Federação Paulista de Futebol

Foto: Eduardo Migliato
 01 - O Universo da Arbitragem de Futebol: Em que ano você participou da prova de aptidão ao curso de arbitragem da escola Flavio Iazette (FPF)?

Fiz o curso no ano de 2005. Nessa época ainda morava em Casa Branca, interior do estado e viajava todas as segundas-feiras para as aulas.

02 – O Universo da Arbitragem de Futebol: O que levou você a se tornar uma árbitra assistente?

Sempre gostei muito de futebol, desde pequena. Comecei acompanhando meu pai nos jogos entre amigos. Com 12 anos entrei para um time de futebol em Casa Branca. Jogava futebol de segunda a segunda. Além de gostar de jogar, sempre fui meio ‘’topetuda’’ e adorava dar uma de juíza de futebol nos campeonatos da escola ou nos jogos treinos. Em 2004, depois de me formar na faculdade, resolvi que queria seguir a carreira e fazer o curso da Federação Paulista.

03 – O Universo da Arbitragem de Futebol: Qual sua meta dentro da arbitragem?

Chegar às divisões principais, com certeza. Acredito que essa seja a meta de todos os árbitros e assistentes.

04 – O Universo da Arbitragem de Futebol: Você prefere trabalhar com uma equipe de arbitragem apenas com mulheres ou não tem preferencia?

Não tenho preferencia. O que eu gosto mesmo é de trabalhar, estar em campo.

05 – O Universo da Arbitragem de Futebol: Você tem o apoio de sua família em relação a sua função dentro da arbitragem?

Meus pais são meus maiores fãs, sempre me apoiaram sim e sempre que podem me acompanham nos jogos. Principalmente meu pai. Acho que sou ‘’a menina dos olhos dele’’. Quando alguém pergunta o que a filha dele faz, ele simplesmente enche o peito e fala: “ela é bandeirinha de futebol”. É engraçado! (risos).

06 – O Universo da Arbitragem de Futebol: A arbitragem pode até agora ter proporcionar uma condição financeira melhor?

O que ganho nos jogos ajuda bastante, mas hoje não é a minha principal fonte de renda. Claro que se fosse possível, eu gostaria de fazer exclusivamente isso. Quando eu chegar à séria A1, aí sim o ganho vai ser bem significativo (risos).

07 – O Universo da Arbitragem de Futebol: Os jogadores tratam você de forma diferente em relação aos árbitros (masculinos)?

Só nos cinco primeiros minutos. Quando os jogadores veem uma mulher em campo, fica aquele burburinho. “Olha, é uma bandeirinha”. Mas isso dura só até o jogo começar. Quando começa, é indiferente se sou mulher ou não.

08 – O Universo da Arbitragem de Futebol: Qual sua opinião em relação a atual comissão de arbitragem de São Paulo?

Acho que fazem um excelente trabalho e estão sempre atentos às nossas necessidades. Afinal, vida de árbitro, não é nada fácil. 

Foto: Eduardo Migliato

09 – O Universo da Arbitragem de Futebol: O futebol masculino tem espaço para mulher apitar como se fosse um homem? Por quê?

Na verdade acho que as mulheres do apito não querem ‘’apitar como se fosse um homem’’, mas sim ‘’apitar com todo o charme de uma mulher’’. Fico feliz quando vejo mulheres em ascensão na arbitragem. É sinal de que estamos ganhando espaço. Na ultima semana tivemos a boa notícia de que a Regildenia de Holanda Moura entrou para o quadro da FIFA 2012. É uma representante da mulherada lá. É a prova de que com trabalho e dedicação, a gente consegue.

10 – O Universo da Arbitragem de Futebol: Esta é uma pergunta que não poderemos deixar de fazer.  Você posaria nua em alguma das revistas masculinas?

Não posaria. Agora, tudo o que quero é crescer e aparecer, mas só dentro dos gramados (risos).

Considerações finais: fale um pouco de você fora e dentro do universo da arbitragem:

Sou a mesma pessoa fora e dentro do universo da arbitragem: apaixonada por esportes e pelo que faço. Não é fácil conciliar a vida profissional, a vida pessoal e a vida de arbitra assistente, confesso. Mas quando a gente ama o que faz, vale muito a pena.

Alguns dos melhores momentos da minha vida eu tive dentro da arbitragem. Tenho muitos amigos, conheci pessoas bacanas, passei por momentos inesquecíveis. E são essas lembranças e sentimentos que me fazem ir para a pista de corrida as 11 da noite, quase todos os dias da semana, por que afinal de contas, tenho que vencer o teste físico (e não deixar que ele me vença como já aconteceu algumas vezes).

E no fim, acho que não tem como separar a Eliz de um ambiente fora e dentro do universo da arbitragem, por que mesmo fora da arbitragem, sou totalmente “árbitra de futebol”.


Elizangela Aparecida da Silva Ribeiro

Escola: Estudei nas instituições: FACAB (Faculdade Casa Branca), PUC Campinas e Mackenzie.

Formação: Graduada em Turismo, pós-graduada em Gestão Turística, pós-graduada em Marketing Esportivo e pós graduanda em Marketing e Comunicação Integrada.

Profissão: Analista de Marketing na empresa Royal Caribbean Brasil

Natural: de Mogi Mirim, mas casa-branquense de coração.

Casada ou solteira: Casada.

Filhos: Não tenho.


O Universo da Arbitragem de Futebol agradece sua participação nesta entrevista e lhe deseja grande sucesso dentro do universo da arbitragem de futebol.

Valter Ferreira Mariano, Editor do Blog O Universo da Arbitragem de Futebol

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