São Caetano do Sul,

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Emily Lima, treinadora da seleção brasileira sub-17

Há dois anos como treinadora de futebol, Emily citou que suas referências foram técnicos como Zé Duarte, Edson Machado, a portuguesa Mônica Jorge, e até René Simões

"Acabam as Olimpíadas e ninguém mais fala de futebol feminino"

Quando conquistou os títulos dos Jogos Regionais e dos Jogos Abertos do Interior no mesmo ano, Emily Alves Lima não imaginava a ascensão que os seus únicos troféus como treinadora de futebol lhe proporcionariam na curta carreira.

Na semana passada, a técnica do Juventus foi convidada pela CBF para ser a comandante da seleção brasileira feminina da categoria sub-17 e se tornar a primeira mulher a assumir este cargo na equipe nacional.

"Atualmente, posso afirmar com garantia que existe 0,1% de preconceito em relação à época que eu era atleta. Antes, a gente ouvia, com frequência, os pais dizendo que não levavam as filhas para o futebol porque era um esporte masculino. Hoje em dia, os pais têm esperança que a filha se torne uma jogadora de futebol", afirma Emily, em entrevista exclusiva à Universidade do Futebol.
Apesar de atuar como treinadora de futebol há apenas dois anos, a ex-volante de clubes como Saad e São Paulo afirma estar preparada para o exercício da função. Após a aposentadoria devido a uma lesão no joelho, em 2009, Emily Lima buscou se qualificar por meio de cursos e orientações de ex-treinadores.
Tal busca por conhecimentos é exigida pelas dificuldades que virão pela frente. Atuar na formação e na detecção de jovens com potencial para se tornarem atletas profissionais não é uma das tarefas mais fáceis no futebol brasileiro. Ainda mais na modalidade feminina.
"Nós estamos com bastante dificuldade de formar um departamento de formação e detecção de jovens para a categoria sub-17. Justamente porque não há categorias de base em faixas etárias anteriores. Não há, por exemplo, uma categoria sub-15 na seleção brasileira. Então, o nosso foco agora nos primeiros dias de trabalho é estabelecer um projeto de integração entre o sub-17, o sub-20 e as meninas do profissional. Acredito que somente desta maneira vamos conseguir criar uma linha de trabalho para as equipes nacionais. Pretendemos implantar o mesmo modelo de jogo, mesmos métodos de trabalho em todas as categorias, para que a atleta chegue ao time principal formada adequadamente", diz.
Estudiosa de tática declarada, Emily Lima aponta que atualmente o futebol feminino no Brasil já conta com profissionais mais capacitados do que antigamente, apesar de confirmar que ainda existam clubes com caráter muito amador na gestão da modalidade.
"Desde a época que fui atleta, o esporte evoluiu muito aqui no país. Mas, sempre acontece a mesma coisa: acabam os períodos de Mundial e Olimpíadas e ninguém mais fala de futebol feminino. É preciso que isso mude. O futebol feminino precisa ficar em evidência o ano inteiro e não somente na época de competições internacionais", analisa.
No próximo dia 27 de fevereiro, Emily convocará 23 jogadoras que treinarão na Granja Comary, em Teresópolis, de 18 a 31 de março. Antes, porém, a treinadora ainda falou sobre a necessidade de se criar uma categoria de base atuante na CBF e como atletas como Marta e Cristiane ajudaram na evolução do esporte. 
Confiram a entrevista:

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