São Caetano do Sul,

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A melhor Jogadora do Ano da FIFA 2013


Foto:Ruben Sprich - Reuters
 
Cerca de meia hora depois de receber o prêmio de Jogadora do Ano da FIFA 2013, Nadine Angerer ainda não conseguia acreditar que havia sido chamada para subir ao palco. Porém, ao observarmos o desempenho da jogadora de 35 anos ao longo dos últimos 12 meses, fica claro que a honra recebida não foi por acaso.

Na Eurocopa Feminina Suécia 2013, a goleira alemã foi a figura decisiva no caminho rumo ao oitavo título continental do seu país. Recordista em número de atuações pelo selecionado germânico, ela foi o principal nome da equipe e defendeu dois pênaltis na decisão contra a Noruega.

"A atmosfera no estádio estava fantástica", afirmou a excepcional arqueira em entrevista exclusiva ao FIFA.com, relembrando a final da Eurocopa em Gotemburgo. "Desde o vestiário já ficou perceptível que a equipe queria ganhar a qualquer custo. Desde o primeiro minuto, sentimos no campo que a seleção estava pegando fogo. Sinceramente, em nenhum momento tive o sentimento de que poderíamos perder. Obviamente, defendi os dois pênaltis e contribuí para a vitória, mas eu sabia que a equipe era forte o suficiente para ganhar a final."

Montanha russa emocional na Suécia
Desde antes do início da Eurocopa Feminina, Angerer estava determinada a defender o título e não tinha dúvidas sobre a qualidade da jovem seleção alemã, que no entanto ficou sem seis jogadoras titulares no torneio. "Eu conhecia pelos jogos preparatórios o potencial da nossa seleção", comentou a Jogadora do Ano da FIFA 2013, que falou sobre a campanha vitoriosa na Suécia. 
"Eu sabia que, quando conseguíssemos controlar o nervosismo e fizéssemos um ou dois bons jogos, ganharíamos autoconfiança e conseguiríamos vencer a competição. Foi um torneio cansativo, e passamos por uma montanha russa das emoções. Recebemos muitas críticas. Mas conseguimos amadurecer juntas como equipe e no final merecemos o título."

Ao falarmos sobre a sua importante contribuição para o sucesso da Alemanha, a jogadora, que já defendeu o seu país em 127 partidas, permaneceu reservada. "Tínhamos uma boa mistura na equipe, não apenas eu", disse. "Os pilares da seleção eram atletas como Saskia Bartusiak, Annike Krahn e Célia Okoyino da Mbabi, que agora se chama Sasic. Trabalhamos muito juntas. Quando tudo funciona na equipe, não é preciso uma líder. Mas nem sempre tudo deu certo para nós, e foi muito importante também para as jogadoras mais jovens que tínhamos alguns pilares na seleção. De qualquer forma, a nossa experiência foi importante. As jogadoras experientes conversaram muito e tentaram tirar a pressão das mais jovens."

Alterações e continuidade
Em 1996, Nadine fez a sua estreia pela seleção alemã principal. Desde então, o seu papel dentro da equipe mudou muito. Hoje em dia ela é a capitã e precisa não apenas tirar a responsabilidade dos ombros das jogadoras mais jovens, mas também passar a sua experiência para elas. "Precisamos estar sempre lá", disse. "Não apenas no campo, mas também fora dele. Obviamente que evoluí muito nos últimos 17 anos. Aprimorei o meu jogo e melhorei continuamente desde que comecei a trabalhar com o preparador de goleiros Michael Fuchs."

A posição de goleira no futebol feminino também passou por grandes modificações. "A goleira era sempre o ponto fraco, e era comum que em muitas equipes as goleiras não fossem muito boas", explicou. "O foco frequentemente recaía apenas sobre as jogadoras de linha, e as goleiras ficavam um pouco ofuscadas. Agora a posição é reconhecida, e muitos projetos foram iniciados para dar uma melhor formação às goleiras."

Essas não foram todas as mudanças na vida da jogadora de 35 anos. Em setembro de 2013, Nadine se transferiu para atuar na Austrália defendendo o Brisbane Roar. Em abril deste ano, ela partirá para mais uma aventura, desta vez vestindo a camisa do Portland Thorns nos Estados Unidos.

"Depois das duas primeiras semanas, eu já sabia que a decisão de ir para o Brisbane havia sido correta", disse. "O Campeonato Australiano é muito bom. Já a Liga Americana será ainda mais forte que a australiana. Eu queria conhecer mais um continente e ver como são os treinamentos, como é o clima dentro da equipe. Em cada país há uma mentalidade diferente, e esse aspecto me interessa muito."

Mas é claro que também há certas coisas que poderiam permanecer como são. Quando questionada se estará debaixo das traves alemãs também para a disputa da Copa do Mundo Feminina da FIFA Canadá 2015, Angerer não hesitou. "Com certeza", prometeu.
 
Fonte: FIFA.com

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